segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Uma nova Dragão na escola - Capítulo 2

Eu não sei como me sinto, a tremer talvez, assustada, não consigo para de tremer, não consigo, sinto as mãos fracas, quase não as sinto, custa clicar nas teclas do teclado, sei lá, sinceramente estou assustada e a tremer, não consigo explicar, acho que nunca me sinti assim... triste de uma maneira diferente

Seja como for, hoje trago o segundo capítulo de Nova dragão na escola e a ilustração:

 
Capítulo II
Dizem que Monster High é uma das poucas escolas, senão mesmo a única, em que se pode arriscar e ser único, sermos nós mesmos e continuarmos o que somos.
Diana já estava pronta, desde que o pai aprovou a ideia de poder ir para Monster High passara o tempo todo a pensar na roupa que iria usar, neste dia tão especial, e decidiu usar algo diferente, ser mais ousada, algo que antes não era. Mal tinha dormido só para se arranjar, tinha de estar tudo perfeito, desde as botas pretas de cano alto aos rasgões perfeitos nas calças de ganga, desde a t-shirt minúscula à maquilhagem vermelha-bordô. Estava perfeita para ser um marco em Monster High.
-Já chegamos, menina Dragon. – disse educadamente Garlfredo enquanto parava o carro à frente dos portões de ferro da escola – Depois a irei buscar quando as aulas acabarem.
- Não é preciso, eu já sei o caminho, e assim posso exercitar um pouco as minhas asas. – respondeu Diana, enquanto olhava para as asas rebaixadas, ao sair do carro
-Como queira, mas se mudar de ideias basta telefonar-me a avisar e logo a irei buscar – sugeriu o mordomo enquanto as suas mãos de pedra pousavam sobre o volante de ossos, e retomava viagem
Diana sorriu, e ao virar-se paralisou com o que via. Monster High estava mesmo à sua frente, grande, antiga e cheia de monstros de todos os tipos e feitios. Sentiu os nervos a apoderarem-se da grande confiança que tinha ‘’Eu consigo, basta continuar em frente, só tenho de ser corajosa, a entrada é mesmo à frente’’, era só alguns passos até à entrada principal, só tinha de não dar atenção ao formigueiro que sentia na barriga e à cauda a tremer com os nervos. Mas isso era o mínimo, o pior era a quantidade de alunos que estavam a olhar para ela, já começava a ficar com a respiração acelerada, só lhe apetecia escutar o que os monstros diziam dela. Mas tinha de fixar no alvo, a entrada.
Só mais alguns passos, só mais alguns degraus, e… e… e já estava dentro de Monster High. Finalmente.
Os corredores estavam lotados de alunos, falavam, riam. Um ambiente muito acolhedor, e achava muita graça à decoração colorida da escola. Cacifos cor- de- rosa com um cadeado em forma de caveira, paredes pintadas de verde, e um pavimento xadrezado. Uma grande quantidade de teias-de-aranha pendia do tecto que lhe davam um certo toque de assombrosa. Agora já não sentia o formigueiro na barriga escamosa, agora só tinha uma grande vontade de dar um gritinho de felicidade, como quando conseguimos algo que sempre quisemos.
Mas preferiu gritar para si, agora o problema mesmo era saber onde fica a sala, ‘’Bem que podiam dar um mapa de vez em quando, estes corredores parecem todos iguais!’’. A pior coisa que pode acontecer é ser a nova aluna e chegar tarde, a única coisa que queria era ser a primeira a entrar na sala e ficar num quanto bem lá no fundo, mas já estava a ficar tarde, e por mais que detestasse perguntar o caminho a alguém, era a única coisa que podia fazer. Mas a quem? Todos os alunos estavam concentrados nas suas conversas. Aproximava-se de grupinhos de monstros que conversavam para ver se alguém reparava nela, mas era como se fosse do tamanho de uma formiga, de uma insignificante e desprezada formiga. É claro que era muito mais fácil bater as suas asas com muita força, e escrever em chamas ‘’Alguém me diz onde são as salas de décimo ano?’’, mas se o fizesse só iria arranjar problemas e ter de ouvir um monte de reclamações por parte dos alunos, mesmo assim se chegar atrasada também iria arranjar problemas… vendo bem não é má ideia.
Nesta procura reparou que um grupinho de 3 werecats a fitava com os seus olhos estreitos de gato. ‘’Finalmente que alguém repara em mim!’’, pensa alegremente Diana enquanto se dirige na direcção das três felinas.
-Já viram a nossa nova colega, miau! – exclamou a werecat de cabelo ruivo, com um casaco de cabedal cheio de picos – é só mais uma convencida atrevida nesta escola. – terminou dizendo isso à amigas gémeas, enquanto Diana estava mais atrás. Sentiu-se a paralisar, era mesmo isso que pensavam dela?
-Toralei! – interrompeu uma monstra de pele cor-de-menta e cozeduras, e cabelo preto e branco, que também tinha ouvido a conversa – É só uma nova aluna, todas nós já fomos! – protestou a lindíssima rapariga de vestido e gravata
-Eu também concordo com a Toralei, Frankie. – contrariou a lobisomem de cabelo castanho comprido cheio de volume, que acompanhava a tal Frankie
-Eu sei que o que vou dizer é incredível, mas também concordo com a Toralei – admitiu uma múmia requintada com um certo tom de superioridade
-Mas porque é que estão todas contra a nova aluna? Nós nem sequer a conhecemos. – protestou Frankie cheia de confiança
-Encara a realidade Frankie, tu também a viste, ela é o que a Toralei disse – respondeu a lobisomem por entre os seus longos e salientes caninos
Nesse momento Diana passou ao lado delas. Era notável a sua frustração pelos passos cheios de firmeza. Sentia-se em chamas por dentro, estava realmente indignada. Só estava há uns vinte minutos em Monster High e já estava arrependida de ter vindo, não era a recepção calorosa que tinha imaginado.
A bela montrinha de olhos bicolores chamada Frankie tentou ir ao seu encontro, mas a lobisomem de saia roxa impediu-a, agarrando-lhe no braço cor-de-menta.
-Mas Clawdeen, devíamos pedir desculpa! – afirmou Frankie extremamente arrependida pelos comentários das amigas.
-Primeiro não és tu que irias pedir desculpa… - disse Clawdeen fitando Frankie com os seus grandes olhos amarelos que contrastavam com o sombreado lilás - … segundo, nós só dissemos a verdade, não foi nenhuma mentira – terminou Clawdeen largando o braço de Frankie. A múmia também acenara a cabeça de acordo com o que a lobisomem dissera, enquanto as werecats continham risos.
Diana não ligou mais à conversa, continuara a caminhar, ela própria iria encontrar a sala. Sentia-se como o mundo tivesse desabado sobre si, como se fosse o ser mais insignificante do planeta. ‘’Será que é assim mesmo que os monstros pensam de mim, eu não sou assim como elas pensam, eu… eu só quis arriscar…’’ começou a soluçar no meio do corredor cheio de alunos, apesar disso continuavam a andar como se ela não estivesse ali, olhou para a roupa que vestia ‘’Eu não sou assim.’’, pensou enquanto uma pequena lágrima escorria-lhe pelas pequenas escamas da face, sentia-se a sofrer. Os dragões são criaturas que aguentam qualquer ferida, mas quando algo lhes toca interiormente, são dos seres que mais sofrem. Queria parar de chorar mas não conseguia, enxugava as lágrimas dos olhos mas só conseguia com isso era a mão cheia de rímel, estava num estado miserável.
Nesse momento sentiu um flash de uma câmara fotográfica atrás sobre si. Virou-se rapidamente, quem é que podia achar graça a tirar uma fotografia num momento daqueles? Ao virar-se outro flash incidiu em cheio nos olhos.
-Mas que raio!? – exclamou Diana enquanto tentava abrir os olhos. Não conseguiu ver muito do fotógrafo intrometido, mas reparou num longo cabelo violeta de uma figura pálida e fantasmagórica – Se eu te apanho vais ouvir uma das boas!
Ainda a tentar abrir os olhos, bateu com o nariz contra a porta de um cacifo cor-de-rosa que estava aberto.
-Au! – exclamou enquanto tocava na cana do nariz dorido – Toma mais cuidado, este dia não está a correr nada bem, sabias!
-Oh desculpa, peço muitas desculpas a sério! – desculpava-se um rapaz ao fechar a porta do cacifo.
Noutra ocasião Diana teria feito uma rasteira com a cauda ao rapaz, mas estava deslumbrada com o rapaz do cacifo, sentia o coração acelerado e apesar de não dar para reparar, estava a corar. Era o monstro mais lindo que alguma vez vira, estava completamente paralisada, não conseguia dizer nada, era como se uma áurea de alegria a rodeasse.
-Olha deixas-te cair isto! – disse o rapaz enquanto ajuntava uma pulseira grosa metalizada. Pegou na mão escamosa mas delicada de Diana e colocou-lhe a pulseira ao mesmo tempo que evitava tocar-lhe com as longuíssimas unhas de papão.
Oh…o…Obrigada. – gaguejou Diana enquanto remexia nuns fios de cabelo soltos do rabo-de-cavalo que pendiam à frente da cara, ao mesmo tempo que tentava desviar o olhar dos lindos e intensos olhos azuis turquesa ou do lindo sorriso com os caninos salientes do rapaz. Já tinha ganho o dia.
-Eu peço desculpa mas eu ficava aqui contigo, mas tenho de me despachar, a minha sala fica muito longe daqui. – disse o rapaz honestamente enquanto se despedia – Vemo-nos por aí! – e continuou a andar pelo longo corredor recheado de cacifos –oh e não ligues à Spectra, ela está sempre a tirar fotografias para o blog dela!
Diana não conseguia tirar os olhos do rapaz que nem sabia o nome. Aquele sorriso, o cabelo cor-de-avelã volumoso, o rosto perfeito com um sorriso que fazia esquecer todas as crueldades do mundo. Era como estivesse nos belos bosques repletos de fadas e borboletas encantadoras que visitara em criança, era a mesma felicidade, a mesma emoção, só que desta vez estava apaixonada.
 
Então o que é que acharam? Gostaram?
 
 


6 comentários:

  1. A historia esta ficando muuito boa! Parabens! Escreves muito bem ^^
    Beijos!

    ResponderEliminar
  2. Lindo!
    Mas, porque est as Tao triste?
    Fiquei preocupada, por favooooor responde!
    Bjs

    ResponderEliminar
  3. Ana Rocha: o meu avõ faleceu ontem :/

    ResponderEliminar
  4. Que mau...
    Mas sabes, EU nunca conheci os meus avos.
    Um tio meu tambem faleceu ontem...
    Sinto muito...

    ResponderEliminar
  5. Nossa que triste :/
    Adorei a história,é LINDA!
    Isso me lembra de mim mesmo no primeiro dia de aula :)

    ResponderEliminar